quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ritual de proteção




Tenho o hábito de sempre seguir meu faro. Coisa de bicho mesmo...escuto aquela voz baixinha lá dentro me dizendo: vai ali...é assim...canta....toca...e obedeço como se meu corpo estivesse adormecido...
Cheguei em casa, e um dos sticks de ervas que estavam pendurados no telhadinho de casa caiu bem na minha frente. Automaticamente, fui á cozinha, peguei um fósforo...joguei o álcool dentro do caldeirão, peguei meu tambor e comecei a tamboricar....
ianá hey, hey ô....ianá hey hey ô....sentia minha mente espiralando pra dentro e para fora de mim...deixei o tambor ao lado do caldeirão, peguei o stick de ervas e queimei, andando pela casa, em todos os cômodos, minha mão parecia orientada a espalhar a fumaça das ervas, para cima, para baixo, e em círculos, leste-oeste-leste-oeste...entrei nos quartos...fui ao quintal...lá, deparei-me com uma linda Lua Cheia, e o céu limpo, um manto de Ísis bordado com estrelas brilhantes. Abri meus braços e me apresentei á Avó Lua. Pedi pela proteção de todas as minhas conquistas, pedi pela preservação e o bem-estar de mim e de meu iguais, agradeci aos espíritos que ali estavam comigo, e aos que já habitam aquela casa bem antes de eu chegar lá. Agradeci aos meus gatos pela companhia, e proteção. Agradeci á Loba que ali estava, ao meu lado, tranquilamente. E á Águia que sobrevoava meu lar, e de longe veio para me trazer notícias do que estão lá, tão distantes de mim.
Deixei as luzes de fogo queimando no jardim, agradeci ao limoeiro que guarda a casa, e aos seres que ali vivem. Devolvi as ervas para a Terra, agradecendo-lhes o sacrifício, fui ao meu quarto, e ali, coloquei numa mesinha o incensário, uma xícara com água, um pratinho com flores e a uma vela. agradeci aos elementos e aos elementais, ao Povo do Mundo Verde e aos meus animais e espíritos de poder, aos protetores e meus ancestrais. Fui dormir, pela primeira vez em meses, fui dormir em paz. E hoje, acordei estável o suficiente para relatar aqui este belo chamado da Terra, a Grande Mãe, que sussurrou no meu ouvido logo que cheguei em casa, a quem eu precisava me conectar (ela mesma) para ter de volta a paz e a plenitude que tanto prezo.

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