Eu sempre gostei muito de um aspecto da história humana, que é o nosso aprendizado com os animais, aspecto que aparece sempre no Xamanismo, com os animais de poder, os Totens...apesar de ter muita proximidade com o Lobo, eu tenho pesquisado muito sobre os Ursos, e me deparei com essa história no site sobre cultura Lakota. É uma história bem bacana, sobre o aprendizado humano em companhia dos Ursos. Eu mesma traduzi, qualquer erro, me avisem, ok?...
Mato era um urso pequenino quando veio ao mundo. Ele nasceu na profundeza de uma caverna e não era grande o suficiente para causar mal a qualquer ser vivo. Sua mãe o chamava de Matochikala, na linguagem humana.
Quando sua mãe acordou de seu longo sono, ela levou o Pequeno Urso para fora da caverna, para os brilhantes raios do Sol da Primavera. “O que são estas criaturas que voam sobre minha cabeça?” o Pequeno Urno perguntou. “Wanbli, a Águia”, sua mãe respondeu com um grunhido. “É com a Águia que aprendemos a viver com dignidade. Os olhos da Águia são mais apurados que o nosso, então, nós sempre ouvimos os avisos que ela manda lá de cima”
A Mãe do Pequeno Urso o levou para atravessar a mata até a beira de um rio onde ela o ensinaria a beber água. Ele pos o nariz na fria e límpida água e provou um pouco dela. O choque da água corrente fez com que ele ficasse assustado instantaneamente. Muitos anos depois, quando ele estava crescido e havia recebido seu nome de Guerreiro, Malo, ele se lembraria desta primeira “degustação”. Sempre que ele precisasse de clareza mental ou alerta para caçar, ele se lembraria primeiro da sensação que teve nesta primeira vez que bebeu da água do rio, para se preparar para a tarefa.
Mato se lembrava de seus primeiros dias com reverência, pois sua mãe havia sido uma ótima professora. Ela sempre o protegeu e o orientou para que ele vivesse a plenitude da vida. Ela o ensinou como caçar as larvas dentro dos troncos apodrecidos das árvores tombadas. Ela o ensinou quais flores e matinhos eram mais doces, que raízes o fortaleceriam e quais frutos o alimentariam durante suas longas horas de hibernação no Inverno.
E ela o ensinou como pescar o peixe vermelho (salmão) quando este saltasse da água contra a correnteza. A Mãe de Mato o indicou um lugar especial entre duas pedras íngremes, onde ele podia fazer tocaia. “Espere quietinho e pacientemente neste lugar”, ela disse, “e quando o grande Vermelho aparecer, e saltar da água, ele pulará diretamente pra dentro da sua boca.”
E então foi assim que as pessoas aprenderam a pescar, observando Mato e sua Mãe. Daquela vez em diante, enquanto Mato e seus irmãos pudessem ser vistos na beira do rio, as pessoas não passaram fome.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Do dia...
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Encontro com a Ayahuasca 01
Nossa, esses dias foi tudo tão forte, tão intenso que eu fiquei zonza, sem saber doncovim, proncovô e doncotô!
A mais próxima lembrança que tenho foi meu encontro com a Rainha no ritual de Sabado. Ela me chamou, e eu, sabendo que então enfim, estava pronta, abracei. O Xamã Marco Mazz, que já havia me orientado num curso há muito tempo atrás na Hera, orientou o ritual da Ayahuasca com toda a seriedade e ternura que só ele sabe passar. Nem tenho muito o que dizer sobre O QUE É o encontro quando se toma a Ayahuasca. Só posso dizer, sem sombra de dúvida, que eu fui na hora certa, no lugar certo, com a pessoa certa prá me orientar. Já sou oficialmente uma frequentadora devota do Núcleo Xamânico, assim como já sou na Hera Mágica. (Pat, desculpe, realmente tenho dificuldades para chamar de Projeto Hera, pois onde você e o Cláu estiverem, sempre será a Hera Mágica...amo vocês!)
foi um encontro gostoso, os cantos xamânicos do Mazz foram deliciosos, a única parte realmente bacana foi quando ele orientou-nos a encontrar a nossa criança interior, aquela que não tem medo de nada, que brinca a vida (não confundir com brincar COM a vida)...e eu pensei comigo: "com mil deabos, a criança interior minha já é criança exterior, tenho que achar a adulta interior!"...mas, entre risos e aquele clima delicioso, muita coisa rendeu. Consegui descansar bastante (o que me custou uns dias de trabalho, mas tudo bem), descanseio corpo e a alma, tava precisando mesmo, pois o mundo estava a dois passinhos de cair nos meus ombros. Esses dias não resolvi nada, não decidi por nada, não procurei nada nem ninguém. Descansei. Parei pra respirar e contemplar. Hoje tô de volta aqui pro trampo...se lá, mais lúcida, mais paciente, menos esgotada. E hoje, decidi. Chega de farra. Esses dias depois do ritual foram legais pois realmente acordei minha criança até perder o limite. Fiz todo tipo de farra, dancei com as minhas padilhas. Mas agora, chega. Agora é hora de ser séria. Pés no chão pra Terra me abrigar.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Relato - Primeiro ritual do ano (03/01/2009)
O som da flauta bambu me aquieta. Coloco o lenço no chão e respiro fundo, sentindo o ar entrando passivamente em mim. O maracá bate ritmado...tchoc...tchoc...tchoc...Im espiral se abre à minha frente e se fecha às minhas costas. O Xamã anuncia a oração do Grande Espírito, chamado com o m'baracá e o tambor. Pego no caldeirão a primeira concha da infusão de ervas, minha mente devaneia por todos os momentos do passado em segundos. Com a segunda concha, esfrego o rosto, e enxugo os olhos protegendo-os das lágrimas que ali correram. Ainda ajoelhada, totalmente nua, com apenas o colar de sementes no pescoço, vou me banhando, concha a concha da infusão e cantando "ioná, hei,hei, ianáa ianahô, ianá, hei,hei hou hei"...
Em seguida, uma longa meditação, agradecendo á presença dos Xamãs que ali vejo ao meu redor e percebo outros no lado de fora me aguardando. Continuo me banhando com a infusão de ervas, sentindo as folhas e as pétalas grudando no meu corpo com seu cheiro intenso. E sigo cantando..."auá, auá, iê, iá, caá yraí, iê iá..."
Me levanto cantando, bem concentrada ainda, nhanandumirim veperopatá....limpo com as ervas cada uma das cicatrizes visíveis no meu corpo e as invisíveis também. Quando limpei meu corpo todo, deixei o restante da infusão me banhar por completo. Permaneço ajoelhada por alguns momentos, de olhos fechados, peço a presença d'algum animal de poder, e uma serpente, linda e grande cascavelabraça minhas pernas, serpentando pelo meio das minhas pernas, abraça minha cintura, e a partir do centro das costas, bem na coluna, sobe por ela até a altura do ombro, retilienarmente, e repousa a cabeça no alto de minha cabeça. Me vejo no espelho com olhos brilhantes e algo de selvagem. Cubro-me com o véu branco, e ao bater as asas, uma poeira densa se vai. Ao fundo dos cantos xamânicos, uma Loba uiva, e eu sei que está aguardando minha resposta, e eu uivo de volta, e ela vem, grande e forte, uma Loba Cinzenta senta-se ao meu lado. A mulher velha, de véu branco e verde circula pelo quarto. Estão lá também todos os espíritos amigos. Me abraçam, acalentam, passam a mão em meu rosto e cabelos. Me despeço deles quando eles se despedem de mim. Me deixam bençãos. "Querendo você ou não, atenta ou não,estamos sempre por aqui." .A Serpente e o Lobo se vão com a Velha.
Agora, que venha o próximo ciclo. Estou pronta.
Estou e sempre estarei aberta a eles.
E foi depois deste ritual que o meu trabalho começou a render. Colares, fitas de cabeça, adornos em geral, todo com materiais naturais, sementes, contas, penas, flores, folhas...em breve, posto imagens dos objetivos alcançados, e o que resultou tamanha inspiração.
Obrigada, Mãe, obrigada ao Pai. Que haja paz, acima e abaixo, dentro, fora e no Centro.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Ano novo, Antigas Novas Forças;;;
BlogBlogs.Com.Br
De tão feliz que estou em localizar um antigo professor de Catimbó, eis que acho nos maus emails, sabe, naquele endereço que eu nunca mais olhei, este texto dele, enviado pelo Núcleo Xamânico...que coisa mais inspiradora!
ANO NOVO, ANTIGAS FORÇAS NOVAS.
Amanheci em 2009
E pegando meu tercinho
Na Antiga Tradição Mágica
De Mãe Jurema e Pai Jurme
Comecei Minha Ladainha
Em PROL de TODOS QUE AMO
E...Surpresa!
As Divinas Forças Auxiliadoras de Muitos
Mudaram nesse Novo Ciclo
Que bom! Novas coisas irão acontecer
Que sejam para o BEM/LUZ/VIDA!
Procura perceber qual o ANTIGO/NOVO
DEUS/DEUSA está em ti
Qual a mensagem Karmica contida
Na Sagrada Presença
E FAÇA o que os DEUSES QUEREM...
SEJA FELIZ!
....não tem mais nada pra dizer...ele me silenciou com as belas palavras!...
E ninguém segura mais essa Lobinha....que agora tô correndo por todos os campos e uivando para todas as Luas!
De tão feliz que estou em localizar um antigo professor de Catimbó, eis que acho nos maus emails, sabe, naquele endereço que eu nunca mais olhei, este texto dele, enviado pelo Núcleo Xamânico...que coisa mais inspiradora!
ANO NOVO, ANTIGAS FORÇAS NOVAS.
Amanheci em 2009
E pegando meu tercinho
Na Antiga Tradição Mágica
De Mãe Jurema e Pai Jurme
Comecei Minha Ladainha
Em PROL de TODOS QUE AMO
E...Surpresa!
As Divinas Forças Auxiliadoras de Muitos
Mudaram nesse Novo Ciclo
Que bom! Novas coisas irão acontecer
Que sejam para o BEM/LUZ/VIDA!
Procura perceber qual o ANTIGO/NOVO
DEUS/DEUSA está em ti
Qual a mensagem Karmica contida
Na Sagrada Presença
E FAÇA o que os DEUSES QUEREM...
SEJA FELIZ!
....não tem mais nada pra dizer...ele me silenciou com as belas palavras!...
E ninguém segura mais essa Lobinha....que agora tô correndo por todos os campos e uivando para todas as Luas!
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Post Inicial
Junto ao blog Deuses & Mortais, comecei a perceber que aos poucos, a força vital, a Deusa ou como você preferir chamar, começou a me chamar atenção para a minha própria terra. Aqui, em minha querida São Paulo de Piratininga não temos muio acesso, mas basta fuçar mais fundo e encontramos, lindos traços de nossos povos ancestrais. Então, para aprofundar um pouco mais o tema, está enfim aberto um novo blog, voltado mais ao ecofeminismo e ao Xamanismo. Estou agora em minha pesquisa mais íntima e ao mesmo tempo, voltada ao macro...e vamos ver onde vai parar esta jornada...se bem que eu DUVIDO que pare!
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