IARA
Uiara, Oiara, Eiara, Igpupiara, Hipupiara
Mito baseado no modelo das sereias dos contos homéricos, a Iara é a Vênus amazônica;
é uma ninfa loira de corpo deslumbrante e de beleza irresistível. Sua voz é melodiosa e seu
canto, tal como no original grego, é capaz de enfeitiçar a todos que o ouvem, arrastando-os
em sua direção, até o fundo do rio, lagos, igarapés, etc., onde vivem esses seres fabulosos. Na
Amazônia o tapuio que escuta o cantar da Iara fica "mundiado" e é atraído por ele; o mesmo
se dá com as crianças que desaparecem misteriosamente. Crêem os ribeirinhos que essas
crianças estão "encantadas" no reino da "gente do fundo". Lá o menino é instruído no preparo
de todos os tipos de puçangas e remédios. Ao fim de sete anos, durante os quais foi iniciado
nas artes mágicas, na manipulação de plantas e ervas, etc.; o jovem pode retornar para junto
dos seus, onde, geralmente, se torna um grande xamã, um medicine-man.
Se as sereias e seu consorte, o Tritão, existem realmente, ninguém sabe, mas um caso
acontecido com o senhor Cícero, velho pescador e antigo delegado da cidade de Soure, na
Ilha do Marajó, quase nos deixa com um testemunho da existência dessas criaturas. O caso
nos é contado pelo neto do protagonista, o pesquisador e estudioso de magia nativa, Antonio
Jorge (Brito da Silva) Thor6.
Corria o ano de 1925, e como sempre faziam, seu Cícero e seus amigos prepararam-se
para mais uma pescaria no seu pesqueiro favorito, de onde nunca saíam sem que estivessem
carregados dos mais diversos peixes. Este lugar era secreto, conhecido apenas por eles, mas
naquela noite enluarada, uma estranha calmaria, uma quietude desconhecida no mar,
prenunciava surpresas.
As horas passavam e, estranhamente, nenhum peixe beliscava as imóveis iscas e anzóis.
De repente o senhor Cícero sentiu um forte puxão na linha, indicativo evidente de que fisgara
um dos grandes; o que foi confirmado pelo esforço que fazia para puxar a presa, tanto que
teve de pedir ajuda aos companheiros. Deixemos que Thor continue:
"Em dado instante a parte que parecia estar bem iscada, cedeu!... Naquele
momento, oportunamente, o pensamento foi um só: - Perdemos o peixe! Entretanto,
ao chegar com o anzol a flor d'água [...]estava lá, bem enrolado no anzol
de bom tamanho, algo que os faria interrogativos para o resto de suas vidas: -
um monte de cabelos loiros, os quais mediam entre 1,5 metro a 2,5 metros."
O pavor que tomou conta dos surpresos pescadores foi tanto que fugiram do local
abandonando anzóis, linhas e, provavelmente, a única prova palpável, insofismável, de que as
sereias, as Iaras, existem.
Na nossa cultura o mito da deidade fluvial Iara, mesclou-se com seus congêneres
europeus (sereias) e africanos (Iemanjá) causando alguma confusão. Confusão esta provocada
pelo que Victor Jabouille chama de "espírito de evangelização", que todo colonizador se acha
possuído, a ponto de "destruir as velhas tradições e os velhos mitos pela imposição das realidades alheias.
6 THOR (ou THOT, como é chamado atualmente), Antonio Jorge. Introdução à teoria dos elementais. Edição
do autor. Não tem ficha catalográfica, mas nos garantiu ele que foi publicado no ano de 1985, em Belém.
Fonte: painel_de_lendas
A oiara
.Em noite de lua cheia
A oiara vai banhar
Entrando mar adentro
Vai seus cabelos lavar
Vive na ilharga dos rios
Vai ao mar só passear
Distante de sua lenda
Quer somente descansar
Anda pela maresia
Embaixo de sol e luar
Descansando ela inventa
Jeito novo de encantar
fonte: Vaqueiro Marajoara
Origem da personagem
Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.
Fonte: suapesquisa.com.br
“O rio pejou de lamento
Foi desespero no mar
A lua se foi na noite
Deixou somente o luar”
Bom dia!
ResponderExcluirVim te fazer um convite: fazer parte da blogagem coletiva para o Dia da Mulher, promovida pelo blog Alma Rubra,
passa aqui e fica por dentro do movimento,
http://sementeperegrina.blogspot.com/2010/03/blogagem-coletiva-dia-da-mulher.html
Beijos!
Luciana Onofre
Olá meu blog Germinando mudou de endereço, te convido a continuar seguindo-o por lá,
ResponderExcluirhttp://gherminando.blogspot.com/
Grata,
Luciana Onofre